domingo, 19 de julho de 2009

À janela onde se recolhe
O sândalo velho e já gasto
Da viola que muito outrora
Brilhara, com mandolina ou flauta,

Está a Santa pálida, que mostra
O livro velho desfolhado
Do Magnificat, outrora
esparso, na prece vesperal:

A essa vidraça de custódia
Que rasa uma harpa formada
Pelo Anjo em seu nocturno voo
Para a falange delicada.

Do dedo que, sem o velho sândalo
Nem o velho livro, ela estende
Sobre a instrumental plumagem,
Na música só do silêncio.

Santa, Stéphane Mallarmé

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