sábado, 18 de abril de 2009


-
Senhor, quando Vós morrestes, o pano fendeu-se,
O que estava por detrás, ninguém o disse.

Na noite a rua é como se fosse uma ferida,
Cheia de ouro e sangue, de fogo e lixo.

Os que Vós expulsastes do templo a chicote,
Agridem os transeuntes com um punhado de patifarias.

A estrela que desapareceu então do Tabernáculo,
Arde pelas paredes na luz crua dos espectáculos.

Senhor, o Banco iluminado é como um cofre forte,
Onde foi coagulado o Sangue da vossa morte.

Páscoa em Nova Iorque (exc.), Blaise Cendrars (trad. Liberto Cruz)

Sem comentários:

Enviar um comentário